O tempo,
essa máquina poderosa que conduz as nossas vidas. Ah o tempo, senhor de si
mesmo e mestre de muitos. Bem aventurados aqueles que aprendem com o tempo sem,
contudo, deixar para trás, esquecer e jogar por terra os amores e amizades
construídos no caminho ou no caminhar dessa nossa
trajetória terrena...
Verônica não sabia ao certo que tipo de vida
levaria, ou que tipo de conduta adotaria. Amanheceu em um dia de novembro com
um objetivo: "Vou mudar de colégio"! E assim o fez... Menina impulsiva,
ela queria mesmo descobri um mundo diferente daquele ao qual ela estava
acostumada e, no auge dos seus 12 aninhos e 5 meses já
preparava a papelada da transferência. Tinha dúvidas, mas a fé em si mesma e no alto a conduziam. Tinha medo, mas as vibrações de um mundo
novo, de amigos novos e reencontro de velhos amigos a encorajavam. Tinha
saudades, mas ela tinha que segui e foi...
Fez amigos, alguns muito presentes, outros nem
tanto. Reencontrou amigos, viveu ciúmes. Verônica temia, mas ela gostava de
dizer que estava feliz, já nem tinha mais 12 anos, já era julho e as férias
chegaram, ela já tinha 13 anos completos no dia 23 de
julho, ah o julho, esse julho no calor da alma e no frio dos corpos, pois que
era inverno e fazia-se inverno naquele ano!
Veio o agosto, passou-se o setembro, ela já
conquistara corações, mas o seu permanecia adormecido, não sabia bem o
significado da palavra namoro, mas conhecia direitinho a amizade forte que foi
criando com quem a cercava.
Houve os desafetos, pessoas que se sentiam
ameaçadas com sua presença e ela se sentia triste, porque a única ameaça que
ela representava era para ela mesma com sua imaturidade frente às coisas do
coração e, Verônica passou um período conturbado, cheio de crises emocionais, já
não sabia o que queria e nem aonde iria, mas existia os que mostravam a ela
caminhos e ela os ouviu e eis que chegou outubro e ela conta que está lá, no seu diário pequenino de menina, no dia
30 de outubro, era um sábado, dia letivo no colégio
que, por sinal, nem houve aula, houve uma grande confraternização dos alunos
entre si e entre os professores, ela adorava isso e foi
lá, debaixo do sol ardente do norte de Minas, na quadra de vôlei que ela cruzou
pela primeira vez o seu olhar com o olhar de um homem, ops, de um menino,
lindo, moreno e não muito grande. Foi mágico, mas ela pouco falou, se sentia
menos, tinha a auto estima baixa, mas jogou, jogou bem o seu amado vôlei. Pela
primeira vez em alguns meses ela lamentou de o outro dia ser domingo e não
segunda... Contava os segundos, mas só foi para o colégio no
horário de aula, sua mãe a prendera pela manhã toda (parecia adivinhar) e foi no turno vespertino, sem muitas esperanças, ela sabia que ele
só estudava pela manhã e ela lembrou que o vira uma vez ou outra no horário de educação física, "belas pernas" ela
pensava!
Correu para a sala ao lado e confidenciou a uma
amiga que tinha visualizado um menino interessante, jamais admitiria que estava
ligeiramente apaixonada e que passara o fim de semana com o pensamento em uma
só pessoa e em uma só coisa. De repente, ele aparece e Verônica mostra:
"Olha, é ele!" A amiga um tanto risonha diz: _“O Jorge? Sério? Deixa
comigo!”_ No dia seguinte, a amiga tratou de providenciar
o encontro. Ela contou os segundos e teve medo dele não aparecer na hora do
recreio do dia 3 de Novembro (doce novembro) de 99, mas ele foi, prontamente
estava lá e estranhamente ele também parecia nervoso e assim, foram
apresentados, daí em diante ela iria viver o seu 1º amor, o 1º de alguns que a
fizeram crescer, amadurecer, mas o 1º é sempre o primeiro!.. Foram dias indo
para o colégio em tempo integral e a mãe já se orgulhava de ter uma filha tão
estudiosa. Viveu momentos mágicos, fez amizades com a turma da 8º série
"A", poxa, era o que toda garota da 7º série queria e ela era até
convidada para as festinhas que eles realizavam, vieram as olimpíadas do colégio
e ela já estava namorando com Jorge, eram o casal mais comentado do colégio, isso porque ela era alguém que viera de longe e ele já estava
ali a tanto tempo, então a questão era: "logo ela?". Contudo, eles
eram lindinhos, bonitos de se ver, mas os desafetos faziam piadinhas com ela,
Verônica logo o abraçava e se sentia protegida nos braços dele. Irônico esse
cometário, mas se sentia protegida nos braços do Jorge e foi nesse período,
então, em que o primeiro amor se tornou o último abraço protetor e aquela
sensação ficou ali...
Ah o primeiro amor, se a gente tivesse nele a
maturidade adquirida com o tempo... Não perderia os abraços, os selinhos inocentes...
Viveria com mais intensidade as sensações do Abraço, aquele ABRAÇO!... (Continua) ...